Tempo bom de pedir perdão

O fim de ano se aproxima.

Um sentimento novo aflora.

Pensamos mais, uns nos outros.

Maus pensamentos vão embora.

Todo mundo quer ficar perto.

De todos aqueles que ama.

Mesmo tendo havido brigas,

Quem é esperto se perdoa.

Porque na hora da virada,

Na hora daquele abraço.

Jogamos tudo pro espaço.

O que importa é estar de Boa.

É mais esperto ainda:

Quem se esforça em procurar

Alguém que agente feriu

Pra que possa nos perdoar.

Porque nessa fase do ano

Os corações se esmorecem

O mais difícil agente esquece

Então, é bom aproveitar.

Antes que o fim de ano passe.

E caia a ficha outra vez:

E as pessoas voltem a lembrar

Em tudo que a gente fez.

ElsonMSilva

Mensagem de fim de ano

A festa de fim de ano.

É aquele reboliço.

Mulher atrás de vestido

Sogra atrás de panela.

Menina atrás de paquera

Tudo doida pra casar

Começam a se enfeitar

Faltando quase um mês.

As "muié" fazendo lista

Que vale pelo ano todo.

De ingrediente de bolo

Vai quase o décimo de uma vez.

Sem falar no desespero

Das roupas da criançada,

Que não pode ser usada

Nenhuma mais de uma vez.

Meu amigo, dá pra ver

O quanto vale um vestido.

Basta olhar no marido

Na hora do pagamento.

O homem olha pro tempo

Sem querer acreditar,

E se ele for um cardíaco

É capaz de infartar.

O salário vai  "simbora",

E as compras: só no começo.

Tem que comprar peru fresco.

Nem que seja no Amapá.

Tem que comprar espumante,

Que champanhe ja não presta.

Que é pra servir na festa

Pros granfinos que "chegar".

E castanha do Pará?

Amêndoas, nozes, e figo.

Azeite e atum enlatado

Só "virgem de Portugá".

Sem falar

Em pão centelho,

E tanta da novidade

Que não sei a utilidade

Mas que não pode faltar.

E tem que ter os salgados.

Aqueles de aniversário.

Tudo que já inventaram

Tem que providenciar.

Sem falar nas sobremesas:

"Beijim", flocos, framboesa,

Bem casado e cerejas.

É doce pra se acabar.

E como se não bastasse,

Tanta coisa por aqui:

Tão inventando sushi:

Com comida de chinês.

Quem quiser virar o ano

Em paz, longe de contenda,

Tente aprovar uma emenda:

Como o Congresso fez:

Congelados: 20 anos.

Frango, geladinho e torta

Gelatina de groselha;

Bolo de goma xadrez.

Combine com a patroa,

Pra sair tudo na Boa.

Tente inserir a broa.

Lembre das "festa passada"

Todo mundo se ajuntava

Agente se divertia,

E era aquela folia

Comendo o que o bolso dava.

Pra gente não importava

O que estava sobre a mesa.

Nem que fosse carne seca.

Pão doce com cajuína.

Não tinham aprendido, ainda

A empinar o nariz.

O que pra nós importava

Era apenas ser feliz.

ElsonMSilva

FESTA NA CASA DOS FILHOS DE XOLÔ

Esse ano eu vou.
Esse ano eu vou.
Para a festa lá na casa:
Dos filhos de Xolô.

A Rainha dos Miranda.
Com a princesinha Isabela.
Os cavaleiros de esperança:
Tomazio e Emanuel.
Tem Lucas, tem Gabriel;
E se precisar mais anjo:
E só acordar Miguel.

As princesas vão chegando,
Com os vestidos enfeitados:
Clara, Clarice, Vitória,
Joana, Emile e Elis.
Moiseis cruzou o Mar Vermelho,
Só pra ver Mana feliz.

Ester deixou seu reinado,
Samuel trouxe os conselhos.
Ianine e Heitor vão de foguete fretado.
Tio Helder ja avisou:
Que vai chegar atrasado.

Mila vem de bicicleta.
Mana vem por Serra Branca.
Está tudo organizado;
A festa "tá" quase pronta.
Dega e Nilda nem dormiram,
Preocupadas com a janta.

Lelinha está atrasada,
Foi receber as cunhadas.
Os cunhados foram ver
Se na feira encontravam:
Um bode gordo pra vender,
Para nós"cumer" a buchada.

A princesinha Alicia
Vem com o príncipe Vitor
Heldinho e Pedro Levi
Vão vir num vôo azul.
Vovó Lourdes ja matou
Para mais de dez "piru".

Sem falar na"primaiada"
Dos Miranda e dos Aurora;
Todos os tios e tias,
Que por certo, a "essas hora",
"Tão tudo de mala pronta
"Doido pra irem simbora"

Eu quis dar um presente massa
Pra essa família amada.
Pra Elsinho de Xolô
Ofereço essa toada.
Até o ano que vem.
Deus nos guarde nessa estrada.

Mas esse ano eu vou.
Esse ano eu vou.
Para a festa la na casa
Dos filhos de Xolô.

ElsonMSilva.

CHORO DE CHAPECO

O choro de  Chapecó,
Tragedia de todos nós.
Que não entende que a vida,
São pedras de dominós.

Enfileiradas, uma a uma.
Com  um destino certeiro.
Um movimento de dedo:
E está tudo acabado.

Como a vida do gado.
Dos saguis, dos rouxinóis.
Dos peixes, e dos mocós.
A chama do candeeiro.

Como um conto ligeiro,
Diz a sagrada escritura.
A rama da jitirana
No fio fino da enxada.

A folha seca do fumo
Quando alguém pisoteia.
Como o anel na areia,
O caminhão na estrada.

Papel boiando na água.
E a banana na feira.
O solavanco da veia.
No pressão descontrolada.

A conta que dá errada.
E que a soma não fecha.
Mata seca que incendeia.
Numa fagulha inflamada.

O lado esquerdo do peito.
E o corisco no céu.
O giro do carrossel.
Batido da porta aberta.

Um jogo, sem regra certa.
Que  não devia ter lado.
Que não tem hora, nem dia.
Para ser finalizado.

ElsonMSIilva

NINGUÉM SE IMPORTA COM NADA

O que dizer sobre a dor
Quando ela arde no peito.
Sem se importar com o direito
De preservar as entranhas.

O que dizer das piranhas,
Quando atacam a presa.
Do copo seco na mesa,
Depois da noite passada.

O que dizer da calçada,
Da água limpa da serra,
Do riso lá da janela
E do cordel encantado.

Do Corcovado?
De Rita Lee e Maria.
O que dizer da agonia,
Lembrada por Montenegro.

O que dizer do segredo,
Que nunca foi desvendado.
O que dizer do bordado,
Na saia de Rafaela.

O que dizer da tigela,
Do caldeirão amassado.
O que dizer do roçado.
Quando a chuva escorre.

O que dizer do que corre
Com medo da cara preta.
O que dizer da lambreta
Com a corrente quebrada.

O que dizer da sincera.
Quando se sente traída.
Do beco, que sem saída
Virou uma barca furada.

Quando ninguém da licença.
E nem se importa com nada.


ElsonMSilva

Sem Eles.

O que estamos vivendo?
O que estamos fazendo
Agora?

O mundo
Repleto de intrigas,
conflitos, mentiras, guerras.
Inglorias.

De um investimento perdido?
De uma noda no tecido
Que empobrece a Vitória?

Nossas crianças?
Em que corrossel se balançam?
Em que prazeres se enlaçam?

Em que passatempos se ocupam?
Quem é que aperta seus  braços ?

Sua mente e seu coração.
Sua emoção. Seus cansassos.
Seus contos. Longos e os ligeiros.

Falam com quem seus segredos?
Quais são seus grupos de papo?
Nosso futuro está neles.
Sem eles estamos indo para um laço.
Sem quina, início, nem meio.

Neles está nosso acerto ou erro.
Na história.
Ou continuaremos a escreve-la.
Ou explodiremos no espaço.

ElsonMSilva

Cuba.

Cuba.
Pra onde vais.

Virada de século.
De ciclo.
De menos. De mais.

Tuas fronteiras.
Teus sítios.
Tua praia. Teu cais.

Disputada a rifles.
Na guerra
Entre rivais.

Teus filhos
Que foram
E não voltam mais.

Dos exilados.
Dos apaixonados.
Dos imortais.

Na literatura.
Na música.
Nos bloges e jornais.

Quem poderá
traduzir.
Teus enigmas e sinais.

Que o tempo
Apague as feridas.
E que a morte:

NUNCA MAIS.

ElsonMSilva

À espera da transição

O mundo
Está sem lastro .
Está sem fundo.

Está sem alto.
Raso,
Ou profundo.

Está com medo.
Está com o dedo
Apontado pra cima.

Está na mina.
E na trilha.
do futuro.

Certo
Ou incerto?

Distante,
Ou perto?

Oásis.
Ou deserto?

Nos ares
Ou no chão ?

Esperando a transição.




ElsonMSilva

À espera da transição

O mundo
Está sem lastro .
Está sem fundo.

Está sem alto.
Raso,
Ou profundo.

Está com medo.
Está com o dedo
Apontado pra cima.

Está na mina.
E na trilha.
do futuro.

Certo
Ou incerto?

Distante,
Ou perto?

Oásis.
Ou deserto?

Nos ares
Ou no chão ?

Esperemos a transição.




ElsonMSilva

O avesso

O silêncio
nada mais é
Do que o avesso do som.

O ruído,
O avesso do tom.

O ruim,
O avesso do bom.


ElsonMSilva.

Quem viu a turma?

Quem viu a turma na rua.
Na esquina da Grua.
Cada um na sua.

O gato sumiu.
Cachorro latiu.

Mas ninguém viu.

Na estrada nua.
Que levava ao Brasil.


ElsonMSilva

Da pra acreditar?

Quem podia imaginar:
Roubar jegue no Brasil
Pra uso na medicina.

De agora em diante, e só esperar,
Pra ver as novidades
Que ninguém imagina.

Os jegues da Bahia.
Indo de carreta passear
Nas serranias de Minas.

Antes de se tranformar,
Difícil de acreditar:
Comprimido lá na China

Da pra acreditar?


ElsonMSilva

Rota certa

Começa.
Passa, anda.
Que a vida tem pressa.

Certa. Incerta.
Erra, acerta.
Tropeça, recomeça.

Na reta.
Sem fala. sem mala.
Sem festa.

Que ninguém tem mapa na testa.
E nem sabe
Nem a hora e nem a rota certa.

ElsonMSilva

Viver e vencer

Por que
Estão tão longe do sonho,
A liberdade e amor.

Por que o mar,
Que antes, tão distante, sorria
Agora gira em dissabor.

Por que.
O frio tombante angustia
O céu sofrido em sua dor.

Se sonhar,  não é
Mais que vencer.

E vencer,
Não mais que morrer
Em alto mar.

E viver ,
Não mais que remar.
Pra nunca mais voltar.

Essa é a história
Pros que estão
do lado de lá.

ElsonMSilva.

Zuada de gato

Saltar pela ribanceira
Aberta na porta da sala.
A vela acesa na xícara.
Na noite de luz apagada.

A noite ta de lua cheia.
Da onda que bate agitada.
Da gata que mia escondida.
Brincando de apaixonada.

Na fama de arruaceira,
Ou na festa fina, de gala.
No corte fino da fala
Do riso que encendeia.

Do pulo seco na telha.
Do gato em disparada.

E mais nada.

ElsonMSilva

Sonho de menina

Dissemina.
O ruído da loba que grita
Da favela, sem ver a saída
Pra fugir da esquina.

Do lar, na beira do canal.
Que sufoca.
Ou do hospital.
À beira da ruina.

Da boca da menina
De batom vermelho. Carmesim.
Que suspira e espera o fim.
Ou alguém lhe buscar.

E que destrua a  pa.
A fome e a carabina.
E que ela possa brincar.

ElsonMSilva

Acordo de paz

Dissemina
Som que berra.
Lá da serra:
E que espera.

O fim da guerra.
O sol nascente no cais.
A abertura da cela.
Pra aquele que não quer errar mais.

Do braço forte que trás
A esperança de volta.
O lápis que pinta na porta
A cor sincera da paz.

Acordo.
Guerrilha:
Nunca mais.

ElsonMSilva

Nada fica parado

Pintar a casa de azul.
Soltar um riso na rua.
Mudar os móveis da sala.
E ir de férias pro sul.

Escalar os arranhaceus.
Pintar os olhos de verde.
Sonhar deitado na rede.
Melar os lábios de mel.

Voltar as dezesseis horas
Dormir sentado às sete.
Mudar a cor do chevete
Tudo fica diferente.

A vida pede urgente
Correndo bem ao teu lado.
Que tudo se reinvente.
Que nada fique parado.

ElsonMSilva

Arte da guerra

Aos que sobem:
Risco da queda.

Aos que caem:
Cheiro de terra.

Que fortalece a alma.
E ensina a arte da guerra:

Que não perde
Quem cai primeiro.

Nem aquele
Que levanta por último.

Mas aquele que entrega o jogo.
E que desiste da luta.

ElsomMSilva

Herança da cor

Violetas.
Não são totalmente violetas
As violetas do  parque das oliveiras.

Nem totalmente vermelhas
As cerejeiras
Do parques das framboesas.

E nem verdes.
As oliveiras
Lá do parque das jaqueiras.

São meio amarelas
Como as folhas das palmeiras
La do parque das bromélias.

Herdaram um pouco
Da cor, das folhas e da flor
Das outras das suas terras.

ElsonMSilva

Sem olhar pra tras

São quase seis horas
Agora.
Já estamos no futuro
De algumas horas atrás.

Há uma hora das sete.
Nos distanciando
Cada vez mais
De um passado que não volta mais.

O bom da vida
É que sempre avançamos
Para o futuro.
Onde viveremos cada vez mais.

Coisas novas nunca vividas.
Subindo a pista
De cabeça erguida,
Sem olhar pra trás.

ElsonMSilva

A beleza da borboleta

Borboleta.
Que bate as asas
Brancas, coloridas e pretas.

O teu vôo,
Traduz tua cintileza.
Como o vôo dos cometas.

Teus gametas
Reproduzem tua riqueza
Como as listras nas orelhas da tigresa.

Tuas cores
Manifestam tua beleza
Que ensinam o valor da natureza.

ElsonMSilva e Gabriel.

A captura

Um prisioneiro mental.
Vencido volta ao quintal
Da casa de detenção.

O passo combalido.
Pelo calor do chão batido
Queimando a sola dos pés.

Dois soldados vorazes.
Entre os guerreiros fiéis
Encontram a presa abatida.

Que agora, o que mais quer é
Água, vida e comida.
E que se joga ao chão.

Pra entre chutes e coices,
Ser conduzido aos açoites
De volta à sua prisão.

ElsonMSilva

Poema do milhão

Um dia,
Se Deus quiser,
Escreverei o poema do milhão.

Então estarei milhonário
Porque um milhão de usuários
Viram nossa intenção:

De ver um mundo melhor
Com um sentimento só:
Paz, Amor e União.

ElsoMSilva

Um poema a cada dia.

Cinco mil
Acessos na página.
A rima.
Cinco mil alegrias.

Porque quem aprecia
Poema, rima ou poesia,
É como quem gosta de praia.

Se pudesse,
De lá nunca sairia.

Obrigado.
Seu acesso
É a nossa alegria.

É um prazer,
Participar com você
Um poema a cada dia.

ElsonMSilva

Ontem, Amanhã e hoje

Amanhã.
Tão perto
E tão distante.

Tão novo
Tão certo, incerto
E intrigante.

Até hoje é Amanhã
E amanhã
Será hoje.

Depois de amanhã
Será ontem.
Já transformou-se.

Por isso:
Esqueça o ontem e o amanhã.
Viva o hoje.

Porque daqui há pouco:
Acabou-se

ElsonMSilva

As volta das meninas da Nigéria

Vinte e uma meninas da Nigéria
Voltaram.
Os sorrisos de todas elas
Brotaram.

De novo.
No meio do povo.
Na volta da guerra.

Na volta à vida.
Que parou na escola.
No dia sem trégua.

Nigéria.
Que chorou  tuas meninas
Tanto tempo escondidas
Deu um riso de vitoria.

Faltam cento e noventa e sete.
Pra apagar com a mesma tinta
Essa lágrima da história.

ElsonMSilva

Como os passarinhos

Voar.
Ah, quem me dera voar.
Bater asas no ar
Na vontade que tenho.

De voar.
E esquecer o tempo.
No horizonte imenso.
Na terra ou sobre o mar.

Como os passarinhos.
Que desde menino invejo.
Que no verão ou inverno.
Todo o mundo é seu.

Que não têm nada na terra.
Não fazem brigas nem guerras.
E vivem perto de Deus.

Cuidando dos pintainhos.
Que tem por casa os ninhos.

E por morada os céus.

ElsonMSilva

A nova canção

Canção.
A nova canção.
Que nasce no coração.
De uma forma diferente.

Na mente que sente
A esperança ardente.
No calor latente
Que há na cifra bem feita.

Na rima quase perfeita
Refeita insistentemente.
Que traz a receita
Na fala fluente.

Do Ocidente ou Oriente.
Seja em qualquer nação
Que ensina a se dar as mãos.
Como se fosse uma só gente.

ElsonMSi

Acordes de violao

Acordes.
Acorde pra ouvir os acordes
Do violão, com seus toques.

Que tocam
Os que dormem.
Como os clarins.

Quando soam ao vento seus mis.
Agudos que cortam os muros.
Com sustenidos em si.

E os que dormem
Esperam no sonho um toque
Que os façam sorrir.

Porque deixar o sono:
Só por um bom motivo.
Mais que o prazer de dormir.

ElsonMSilva

O mundo na Ponta do lapis

Meu mundo
Cabe na Ponta do lápis.

Meu lápis
Cabe no lado do bolso.

O bolso,
Cabe na ponta do lápis

Que guardo
No lado de fora do poço.

ElsonMSilva

Vento Raro

Ventos.

Esperamos novos ventos.
Que nos tragam os bons tempos.
E que movam nossos barcos.

Parcos.

Até aqui, somente raros.
Que só sopram ao relento.
E que pulam nossos marcos.

Passos. Lentos.

Que ainda são os mesmos.
Nem o vento mais ligeiro
Apagou os nossos rastros.

Escassos. Tensos.

E quase os derradeiros.
E os nossos endereços,
Estão ficando marcados.

Pelo enfado.
O sonido.
O ruído ao relento.

Que lembra os esquecidos;
Que de tão raros.
Estão sumidos.

Do outro lado.
Esperando o tempo.

Que tragam de volta o vento.
Tão raro.

ElsonMSIlva

Vai baixar a gasolina

Ouvi a notícia: ' vai baixar a gasolina'.
O diesel, e certamente o brinquedo dos meninos
O perfume e os vestidos das meninas.

Que vão andar mais cheirosas.
Mais alegres,
Mais vistosas.
E os moleques mais felizes.

Porque, quando baixa a gasolina,
É assim que todos dizem:
Agora vai melhorar.
Dessa vez se acaba a crise.

Será?

Vamos esperar.
E comemorar.
E torcer e
E comprar.

Sem esquecer
Do alpiste das perdizes.

ElsonMSilva







ElsonMSilva

Boas notícias

Quando teremos
As boas noticias
De volta.

Os Campos
Cobertos de rosas.
Crianças brincando nas praças.

As chuvas
Regando as plantas nas roças.
As moças andando descalças.

O ar puro,
Sem cheiro de fumaça.
Os rios, com águas azuis de novo.

E as ruas repletas de povo,
Voltando em paz para suas casas.

ElsonMSilva

Dylan ganhou o nobel

Dylan ganhou o nobel.
Depois de "blowin in the win".
E tantos sonhos a mais.

De tantos nãos.
Tantos sons.
Em busca da paz.

Nas ruas.
Nos palcos.
Nos circos e festivais.

A agora na história.
Teu sonho não acaba mais.

Parabéns.

ElsonMSilva.

Dylan ganhou o nobel

Dylan ganhou o nobel.
Depois de "blowin in the win".
E tantos sonhos a mais.

De tantos nãos.
Tantos sons.
Em busca da paz.

Mas ruas.
Nos palcos.
Nos circos e festivais.

A agora na história.
Teu sonho não acaba mais.

Parabéns.

ElsonMSilva.

Homenagem a Bob Dylan

Bob.
Dylan.
Parabéns pelo tom.
Pelo som. Pelas rimas.

Pelos dós.
Os fas.
Os sis e os mis.
Maior e menor.

Os las.
Do lado de lá.
Sem marcha a re.
Sustenido ou bemol.

Pela fé,
Em um mundo melhor.

Valeu Dylan.

ElsonMSilva

Pense

Antes, a raiva.
Depois, o lamento.

Antes, a fúria.
Depois, sofrimento.

Antes, dois.
Depois...

Sois...

Antes, se faz.
Depois, se sente.

Antes, passado.
Depois, presente.

Por isso,
Antes de falar:

Pense.

ElsonMSilva

Ser ou não ser

Querer ser.

Querer ver.
Querer.

A força
Depende do quê.

Já dizia
Na filosofia
Ser ou nao ser.

Eis a questão
Pra você.

ElsonMSilva

O que dirão

O que dirão
O pato e o tizil?
Qua, qua, qua.
Zil, zil, tzil.

O que dirão
O pinto e o azulão?
Piu, piu, piu.
Não, não, não.

O que dirão
O sonhador e o poeta?
Sim, sim, sim.
Salvem a nação.

ElsonMSilva

O que dirão

O que dirão
O pato e o tizil?
Qua, qua, qua.
Zil, zil, tzil.

O que dirão
O pinto e o azulão?
Piu, piu, piu.
Não, não, não.

O que dirão
O cantador e o poeta?
Sim, sim, sim.
Salvem a nação.

ElsonMSilva

Dia da crianca: comemorar ?

Dia da criança.

Aqui no Brasil

Acabou de acabar.

Dia da criança.

Que levará mais um ano.

Pra voltar.

Um dia inteiro no ano.

Somente deles.

Pra comemorar.

O quê?

Então:

Só pra lembrar.

ElsomMSilva

Dia da crianca: comemorar ?

Dia da criança.

Aqui no Brasil
Acabou de acabar.

Dia da criança.
Que levará mais um ano.
Pra voltar.

Um dia inteiro no ano.
Somente deles.
Pra comemorar.

O quê?

Então:

Só pra lembrar.



ElsomMSilva

Onde mora a paz

Estamos buscando

A paz.

Talvez

Aonde não podemos achar.

Os discos. Os sites. Os livros.

Podem até nos dar pistas.

Mas,

Onde ela deve morar?

No sorriso de uma criança.

Que não seja a nossa.

Eis aí,

 Um provável lugar.

ElsonMSilva.

A Procura do nada

Procurei
Sem saber o que eu sabia
E não sei.

Encontrei
Sem querer, não percebi
E existia

E achei,
E perdi
E não sabia.

ElsonMSilva

Medo de te perder

Qual o custo
Do susto.
De te perder?

O mesmo
De te ter
Sem perceber.

Que é o mesmo
De viver
Sem ter você.

ElsonMSilva

Meu amor no lotação

As coisas
Andam devagar.
Como o fusca
Sem gasolina.

Como o turista
Em petrolina
Toamando suco de limão.

Como o trem na estação
Com protesto na esquina.

Carro velho na Oficina.
Com falha na ignição.

Pressa?
Só eu, na Travessa
Da Ipiranga com a São joao.

Pra ver o meu passar.
Me acenar do lotação.

ElsonMSilva

Meu amor no lotação

As coisas
Andam devagar.
Como o fusca
Sem gasolina.

Como o turista
Em petrolina
Toamando suco de limão.

Como o trem na estação
Com protesto na esquina.

Carro velho na Oficina.
Com falha na ignição.

Pressa?
Só eu, na Travessa
Da Ipiranga com a São joao.

Pra ver o meu passar.
Me acenar do lotação.

ElsonMSilva

Meu amor no lotação

As coisas
Andam devagar.
Como o fusca
Sem gasolina.

Como o turista
Em petrolina
Toamando suco de limão.

Como o trem na estação
Com protesto na esquina.

Carro velho na Oficina.
Com falha na ignição.

Pressa?
Só eu, na Travessa
Da Ipiranga com a São joao.

Pra ver o meu passar.
Me acenar do lotação.

ElsonMSilva

Uma declaração de amor

Tenho que achar
Nova forma pra mostrar
Que te amo.

As flores sumiram do campo;
As de plastico não cheiram.
Os passarinhos não cantam.

Mensagens de celular
Deixam a desejar.
Cheiram a fusíveis eletrônicos.

Queria algo natural
Como uma canção em alto astral
Ou um poema bem romantico.

Mas tudo cheira a gasolina;
E la na rua: só buzina.
E Por isso, ando tonto.

Então, vou te esperar.
E baixinho sussurar:
Te amo

Tanto.

ElsonMSilva

Amor BCG

Há também o amor BCG.
Aquela vacina de bebê.

Que desde o começo
Vai te proteger.

Igualzinho aconteceu
Entre eu e você.

Amo você.

ElsonMSilva

Amor Noda de Caju

Há também
O amor
"Noda de caju"

Que pega,
Mas é  fraco
Como caldo de guandu.

Que tem sabor
E cheiro bom.
Mas não traz benefício algum.

Elson MSilva

Amor Beija flor

Falam,
Sobre um determinado
Tipo de amor.

Nem começa,
Já findou.

Dizem
Que é rápido.
Como o beija flor.

Mau chega,
Já vuou.


ElsoMSilva

Robô do futuro

ROBÔ DO FUTURO

Talvez algum dia inventem

Um robô, que sinta como a gente sente.

As dores, alegrias e suspenses.

Talvez, um que possa decifrar,

A forma estranha e bela, de pensar

Das nossas mentes.

Pra sofrer no nosso lugar,

Deixando apenas o rir,

Por conta da gente.

Será?

ElsonMSilva

Pra não dizer que não falei das flores

Vou falar de flores

Para esquecer as dores.

Falar das cores

Para não lembrar de mais nada.

Sentir a primavera,

Antecipada.

Para esquecer o calor das discussões,

E o frio das canções ameaçadas.

Da América corrompida.

Da esperança ultrajada.

Pra não dizer que não falei das flores.

Antes que elas sejam pisadas.

ElsonMSilva

Tombo aos milhares

Pesares.

O que sentiremos

Aqui, quase nos ares?

Será que o que se passa aqui,

Passa também

Em outros lugares?

Será o que se pode sentir

Por detrás do rugir

Das ondas dos mares?

O que será que há de vir?

O fim

Como na mesa dos bares?

Quando, depois de brindares

Tanto.

Só restam a conta e os tombos aos milhares?

ElsonMSilva

Aprender o quê?

Como seria bom:
Plantar muito
Sem calejar a mão.

Amar sem decepção
Viver sem reclamação.

Subir,
Sem descer.
Vencer.
Sem perder.

Mas o que se poderia aprender?
Se o que ensina é o sofrer.

ElsonM

Sonho que não finda

Cora Coralina

Cora Coralina.

O teu sonho que ensina.

No Brasil de gente fina.

No seu céu de tantas histórias.

O Brasil de tantas Glorias.

Tanta Claras e Vitórias.

Tantas Gleides e Auroras.

Que os sonhos não terminam.

De abrirem a janela.

E enxergarem novas cores.

Igualmente às das flores

Nos cabelos da menina.

Ha,  Cora Coralina!

O teu sonho não termina.

O Brasil que nunca dorme

Nesse conto  que não finda.

ElsonMSilva

O Brasil vale mais

Coletivo

Há porventura

Ventos que

Não se acabam?

Porventura,

Tombos que

Nunca bastam?

Até quando?

Valerão os berros

Mas que os abraços?

Quem vale mais?

Os saltos?

Ou os passos?

Não vale mais

A brisa

Que o vendaval?

O açúcar

Mais que o sal?

O coletivo,

Que o individual?

O Brasil,

Que o meu quintal?

ElsonMSilva

Impeachment: A lição dos Faróis

Lei: faróis acesos de dia

Aconteceu. 

Alguma coisa 

Além de nós.

Do Planalto,

Veio a Lei:

Mesmo de dia: acenda os faróis.

Agora,

Não nos sentiremos mais tão sós.

ElsonMSilva

Impeachment no Brasil: Pela Tv

Povo Assistindo Tv

O povo canta

Na esperança de dias melhores.

Na praça, uns lamentam,

Com medo de dias piores.

Nas comunidades, uns morrem.

Nos hospitais, uns nascem.

No Planalto: uns descem, outros sobem.

Novos aviões cortarão os céus.

Novos sons tomarão as vozes.

Novas medidas, velhas feridas.

Uma nova vida nos holofotes.

Na praça, 

Nos bares, na esquina.

Segunda, terça, quarta e quinta.

E sexta: a notícia termina.

A para o Brasil:
Boa sorte.

ElsonMSilva