quarta-feira, 29 de março de 2017
Aquela Aquarela
Pintura esquecida
No canto da sala.
A cor da opala.
À luz de vela.
Aquela aquarela
Que fala da ala.
Das moças que falam
Das suas paqueras.
As terras,
As matas,
Os lírios
Os vales.
Os mares,
Os ares,
As vilas
As selvas.
Os amores
Nas cores da tela.
Traduzido nas flores
No meio da relva.
Que já não se sabe,
Nem qual a sua cor.
Depois do computador,
Desbotou-se sua graça.
E ninguém que passa
Sente mais quem é ela.
ElsonMSilva
domingo, 26 de março de 2017
Os vilões
Chamaram os super heróis
Pra verem vilões escondidos
Embutidos.
Cobertos de pós.
Os sapatos polidos.
Fazendo um estranho sonido,
Como o gemido
Dos gatunos a sós.
Há pistas de que foram vistos.
Ora como artistas,
Ora como floristas.
Com gravatas sem nós.
Viram-nos de carrossel.
Voando em trenós.
Como papais Noel.
Voando pelo céus.
Distribuindo presentes.
Perfumes, legumes.
Pintando promessas
Nos muros, com pincéis.
Para virarem heróis.
Ou gatos de hotéis.
ElsonMSilva
sexta-feira, 24 de março de 2017
Quando se tira uma vida.
É desumano.
Inadmissível.
Um engano.
Quem pensa que se sai bem.
Tirar a vida
Por uma moto? Um carro?
Uma carteira? Ou qualquer outro bem.
Não pensa,
Que isso valor nenhum tem,
Nem pode ser comparado
Com a vida de ninguém.
Os sonhos;
Lembranças.
Alegrias,
Brincadeiras.
Que ficarão marcadas
Nas vidas amarguradas
Daqueles que lhe queriam bem.
Erro dos que isso cometem.
Porque se esquecem;
Que quando se tira uma vida,
Mata-se a si mesmo.
Porque empobrece o mundo inteiro,
O choro de desespero
Pela morte de alguém.
ElsonMSilva
quinta-feira, 23 de março de 2017
Dormir em Paz
Pescar nos ares.
Voar nos mares.
Se não cansares.
Se não morreres,
Se não calardes no que queres,
Se não parares.
Se não tombares,
Desanimares, jamais.
Não retrocedais.
E se não seres,
O que se dizem serem.
Os que não o são mais.
E nem tomardes parte.
Provocarás alarde.
E ficarás pra trás.
Mas, o que importa.
Que se te fechem a porta.
Mas que tu durmas em paz.
ElsonMSilva
Nova Estação ?
Solte fogos no ar.
E dê saltos no chão.
Abra bem os seus braços.
Estenda as suas mãos.
Não se canse de cantar.
Solte sua emoção.
Está chegando no ar
Uma nova estação.
Uma noticia nova,
Uma nova lição,
Uma nova alegria.
Uma nova visão.
Porque pintaram os portões.
E arrancaram as grades.
Parece uma nova cidade.
Parece a evolução.
Do que estava parado.
Esquecido no porão.
Será a revolução,
Dos que estão acordados?
Ou apenas mais um soldado.
Me esperando, parado.
Com sua arma na mão?
ElsonMSilva
ElsonMSilva
terça-feira, 21 de março de 2017
Marcas nas mãos
Enquanto os homens
Não aceitarem o que são.
De onde vieram
E nem entenderem para onde vão,
Serão como carros, em alta velocidade.
Andando na contramão.
Insanamente, eles agem;
Não se importando com nada.
São inimigos do bem; e companheiros do mal.
E se esquecem, que a vida real
Nada mais é que uma passagem.
Pra eles não faz nenhum sentido,
Nem dor nem gemido, nem aflição.
Nem de pai, nem de filho, esposa ou irmão.
Daqueles, que por suas causas,
Foram jogados ao chão.
Vão praticando maldades;
Nas ruas, nos campos, cidades.
Confiam na impunidade;
E como se nada os tocasse
Dão vida e alimentam a guerra.
E é, exatamente aí,
Onde tropeçam e erram.
Porque, se engana quem pensa
Que não existe sentença
Além dos fóruns da terra.
Por isso, praticam maldades como uma diversão.
Não sabem que assim assinam
Sua própria condenação.
Porque desconhecem
Que quando a outro se fere.
Ficam as marcas nas mãos.
ElsonMSilva
quinta-feira, 16 de março de 2017
Depois da Dificuldade
As dificuldades
Nada mais são
Do que espelhos
Com focos inversíveis:
Diante delas,
Parecemos derrotados.
Depois delas,
Invencíveis.
ElsonMSilva.
Poema para Miriam.
Declaro- te
Todo o meu amor.
Como o beija-flor
Quando beija a flor.
Como o Sol,
Com o seu calor,
Quando toca a rosa
que desabrochou.
Como o vento
Suave,
Que levemente varre
Toda a poeira da terra.
E que assanha a relva.
E que resfria a pedra;
E que sacode a selva
Para receber a chuva.
Como a uva.
Que esconde o vinho.
Como opassarinho
Que esconde o ninho.
Como a algodão
Esconde o fio,
A nascente esconde o rio,
E o botão de rosa o perfume.
Como a montanha
Que esconde o cume.
Como as estrelas
Escondem o nome.
Como o vagalume,
Que ao tênue lume,
Mostra a sua luz
E some.
Para que não se acabe.
E pra sempre dure.
ElsonMSilva.
domingo, 12 de março de 2017
Qual a Gloria?
Será essa a minha glória?
Ter escrito um poema;
Ter feito o gol aos quarenta;
Ser aprovado na escola?
Dormir do lado de fora.
Na hora daquela encrenca.
Não ter perdido a crença
E não ter ido embora?
Será essa a melhor cena?
Voar nas asas da ema.
Ou beber água barrenta
No bebedouro da escola.
Pintar um quadro da hora.
Sentir o cheiro da tinta.
Ou dar a volta por cima
Pelo ferrolho da porta.
Não importa.
Se eu almoçar na cantina;
Ou esquentar a marmita
Cheia de coentro e cebola.
Ter feito a maior rima
Com todo mundo de boa.
Mais curta que cantoria
De sapo lá na Lagoa.
ElsonMSilva
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