quarta-feira, 26 de agosto de 2015

RUAS DO BRASIL

Ruas do Brasil,
Túnel completo de tempo.
Plantio de cebolinha e coentro.
Num céu vermelho encarnado.

O meu tom, não nem tom.
Nem tão pouco rima, nem métrica,
Não tem forma, nem estética,
Nem presente, nem passado.

Ao meu lado, o gato mia,
dormindo, sonhando acordado.
E o galo atrasado,
só canta ao meio dia.

Ruas do Brasil,
Poesia.
De um tempo belo assanhado,
das canas dos boias frias,
pelo salário atrasado.

Das grandes melancolias,
Das grades dos humilhados.
Chorando ao meio dia,
o canto dos exilados.

Só podia...
Asfalto quente, poeira_ fria.
Garganta estatelada.
De tanto pedir socorro,

E ninguém responder nada.


ElsonMiranda







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