sexta-feira, 30 de outubro de 2015

PROVA DE AMOR

Amordaçar as estrelas?
Laçar uma constelação?
Guardar toda a areia
do mar na mão.

Cobrir-se com as nuvens,
Como lençóis?
Fotografar meteoritos,
brincando sós?

Juntar os caracóis,
da imensidão do mar.
Prender nos dedos
uma onda estelar,

Seguir de perto
um trovão,
E o relâmpago,
Esconder na mão.

Dormir bem perto,
De um vulcão,
Em erupção.

Ou no rio,
Em inundação.

Topo tudo isso.
Se for preciso.
Pra te mostrar

Que te amo.

ElsonMSilva

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

FESTA DA DEMOCRACIA

Como vão vocês aí?
Do outro lado do planeta?
Nossos amigos distantes.

E os Alpes
Ainda lembram
os Andes?

E nos portos,
Voltados pro mar Cáspio.
Ainda tocam violão?

E no Yellowstone vulcão,
Ainda dá pra assar
sardinha com pão?

Ou macarrão com salmão?

Venham pra cá.
Estamos todos em festa.
Promoção do que resta.

Antes que mudemos pra Monarquia.
E mudem a lei.

E só possam vir

Os convidados do Rei.


ElsonMSilva

COMO NO COMEÇO

Agora, agora,
Antes ou daqui a pouco.
É pouco, é muito,
É hora.

Ou fora de hora.
Não sabemos mais
O momento certo.
Ou incerto.

Pra fazer alguma coisa,
ou  nada.
Pra pegar a estrada,
Ou ficar em casa.

Por isso,
Corra, ou pare, ou ande.
Sem se importar com o instante,
Entregue tudo a Deus.

Porque daqui por diante,
Cada um por si.
E Ele por cada um dos seus.

Seremos assim todos felizes.
Como no começo.

ElsonMSilva.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

AMOR NATURAL

Eu vou escrever as coisas mais lindas
do mundo pra você.
Mesmo que tá difícil se vê, 
o que traga inspiração.

A estiagem tá demorando demais.
Engoliu a primavera.
As cidades tão quase à luz de vela.
E os passarinhos mudaram-se de país.

O que eu quis,
Não encontrei.
O que eu vi,
Não aprovei.

Mas vou continuar buscando as flores, 
Que não sejam de plástico, nem de parafina.
Pra que meu poema não saia com cheiro de ácido,
Nem de resina.

Porque meu amor por você
Tem que ser:

NATURAL.


ElsonMSilva

terça-feira, 27 de outubro de 2015

LINDA







Eu pesquisei na internet
Alguma coisa pra falar pra você.

Queria alguma coisa
Que nunca tivesse sido enviada.
Jamais visualizada.

Nunca tivesse
Sido lida.

Como tudo já tinha.
Findei minha busca.

E de repente,
Inscrito no para lamas de um fusca,
Encontrei o que queria,
Fiquei mudo:

" Eu tenho a coisa mais linda do mundo"

Te amo.


ElsonMSilva


TEMPO FECHADO





                                               https://www.youtube.com/watch?v=yEkPzh4Xo8U



Procuro flores para rimar
E só encontro caixas de papelão pela rua.
Queria fazer uma poesia que fosse só sua,
A sua cara, mas não encontro.

Andei por todos os bairros,
Por todos os cantos.
Tudo fechado pro meu poema.
Que não encontra mais nenhum tema
Bom de fazer rima.

Que coisa.
Porque os carros passam ligeiro de mais.
As luzes ofuscam meus olhos.
E há muitas crianças nos sinais.
Fazendo mímica e graça.
Pra quem passa.

E na praça,
Só casca de nós.
Que esquilos comeram no verão passado.
Antes da neve cobrir TUDO.

No Sertão da Paraíba


ElsonMSilva.





segunda-feira, 26 de outubro de 2015

RECOMEÇO


https://www.youtube.com/watch?v=kjienzMO-iA


Os bons ventos?

Eu acredito.
Depois do inverno,
Além do que espero,

Eles virão.

Trarão novas cores,
Novos amores,
Uma nova canção.

Uma nova alegria,
Uma nova poesia,
Uma nova emoção.

Desafios?

Virão. Fazem parte da vida.
Mas a força da lida
Preparação.

Que venham.

Serão todos vencidos.
Estamos fortalecidos,
Mas do que no começo.

Que venham.
Pois a esperança que tenho.
Está no recomeço.

De tudo.

Tudo mesmo.

ElsonMSilva.




.

domingo, 25 de outubro de 2015

FUGA

Vou me embora, vou embora.
Embora ninguém queira acreditar.
Vou embora, vou embora.
Quando verem, não estou mais lá.

Vou correndo, vou depressa,
Antes que eu me arrependa,
Vou correndo ver Helena,
E o resto das meninas.

Nas águas de Petrolina,
Pescar peixe e mergulhar,
Nas águas do São Francisco.
Ir pra nunca mais voltar.

Colher cravo e graviola,
Ver a vida como está.
Do outro lado do rio.
Ver a barcaça passar.

Vou andar Belo Horizonte,
Sem ninguém para me Pará.
Vou rever o meu Pernambuco,
Nunca mais sair de lá.

Rio, São Paulo te espera
Tocantins, eu chego lá.
Maranhão, tu me abraças,
Sergipe, passei por lá.

Mato Grosso, resplandece.,
Distrito, deixa prá lá.
Rio Grande do Sul, dorme,
Não vai ver quando acordar,

Que eu sai de madrugada,
Pra ninguém me atrapalhar.
Nem me mudar a ideia.
Que estou indo pra ficar.

Pra dormir na minha rede.
Debaixo de um pé de Ingá.

ElsonMSilva






PREVISÕES OTIMISTAS

Amor.
Cor,

Aqui e no além.

Previsões otimistas.

Respirar é o maior bem.
Poder ler no escuro
Também.

Livros de pedra: traduzíveis.
Raios de sons: visíveis
Sinais de cometas
Previsíveis.

Regras e teoremas.
Que não separam, que aproximam.
Que não ferem, que curam.
Que não furam.

A pele, A memória, Nem a história.

Vamos bem.
Até o ano que vem,
Talvez volte a chuva.
E não falte água.

Nem energia.

Vai dar pra escrever poesia.
Pelo menos de dia.


ElsonMSilva

VIDA EM COMPASSO ALTERNADO

Que vida embaralhada,
Tá essa.
Uma hora: Paciência.
Outra: pressa.

Que vida engraçada
Essa nossa.
Uma hora: Fossa.
Outra: Festa.

Que vida interessante
Essa vida moderna.
Uma hora:Torta
Outra: Certa.

Que esquisita,
Essa vida da gente.
Uma hora: fria.
Outra: quente.

Estamos dentro de um relógio.
No seu ponteiro enganchado.
Uma hora de cabeça pra cima,
Outra,  de cabeça pra baixo.

Nessa vida de Compasso Alternado.



ElsonMSilva


sábado, 24 de outubro de 2015

TERRA NATAL ESTELAR

Se uma estrela cair
Aqui no meu quintal.
Eu não vou reclamar,
Nem pô-la no postal.

Nem enviar um self,
Pra provar que é real.
Nem requerer direitos,
Feito fenomenal.

Vou fechar a janela,
Convidar os amigos.
Pra que vejam comigo
Que ela não faz mal.

Vou esconder o código,
Que veio na embalagem.
Guardar qual a mensagem
É de fato a principal


Estelar, com o endereço.

Ela não terá preço,
Não vai sair no jornal,
Até que conte pra gente
Qual sua terra natal,

Estelar.

PRA ESQUECER A SOLIDÃO

Até onde eu sei,
Ninguém mais sentiu.
Até onde andei,
Ninguém me seguiu.

Pelas estradas largas,
Só meus pés no chão.
Minhas mãos traçadas,
Pela intuição:

De seguir,
De subir,
De fugir
Do medo.

De partir.
De Sorrir.
Repartir:
Segredos.

Até onde eu sei.
Não consigo mais.
Olhar para trás.
Eu perdi o medo.

E ganhei o céu,
Todo pra voar.
E ganhei o mar,
Para navegar.

Vou pegar o sol
Do arranha céu,
Vou jogar o ar,
No lençol, ao léu


Até viajar
De balão no ar,
Até mergulhar
No mar de chapéu.

Pra esquecer
a Solidão.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

DESEJO ESCONDIDO

Movimentos intensos
Ventos tempestuosos,
Passos misteriosos,
Pensamentos escondidos.

Os livros sempre se abrem
Como as asas dos tempos.
E os erros,
São mais fortes que a sorte.

O norte
Se rende aos detentos
Que do sul fogem
Para não ver a morte.

Mas agora.
O sol, a lua.
A rua que espelha a mágoa
E a saudade de casa.

Que não passa
simplesmente ao ver riqueza.

Preferiam a mesa.
Com as crianças ao lado.

ElsonMSilva

LIBERDADE ESCONDIDA

As passagens dos viajantes
Por várias ilhas perdidas,
Velhas lembranças de vidas,
Várias.

Pátrias, grotões, fronteiras,
Bandeiras de várias cores,
Gritos de várias dores,
E anseios.

Seios, pés e mãos,
Cheios de calos e marcas.
De chão, e de céu
E do Mel

Da liberdade escondida.
Como nas colmeias
Das abelhas.

ElsonMSilva


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

GERAÇÃO INTERNÉTICA

A sede, pelas mensagens da web.
A febre, pelas antenas ligadas,
As senhas das contas configuradas,

Virose, das novidades publicadas.
O berço, das postagens monitoradas,
Emeios, nas teias digitalizadas,

O meio, das redes informatizadas.
O veio, dos dados nas ondas gigantes,
O fim das frases altissonantes,

Começo da fala robotizada.
O fim da era mecanizada,
O Big do case da cibernética

O Bang da geração "internética",
Que fala o idioma digital.
E reclama, com todo direito:

Por um poema Atual.

Se possível: de Metal.




PARES

Porque as farpas são tortas,
E a preguiça, afã.
As primaveras são rosas,
As dobradiças marrons.

Os bebês, são violetas.
As mariposas, vilãs.
As borboletas, burguesas,
As baronesas, pagãs.

Os copos, são para as mesas.
Tristezas, são pros divãs.
A loba, pra lua cheia,
Cereja, para o batom.

O tom, pra partitura,
Figura, pra coleção.
Canção, pra distrair,
Sushi, verdura e salmão.

Pintura, para o painel.
Anel, pra não sumir.
Pincel, pra colorir.
A flor, pro colibri.

Eu pra você.
Você pra mim.

Pares.



ElsonMSilva



quarta-feira, 21 de outubro de 2015

INTERESTELAR

Terras longínquas
Que enviam mensagens,
Pelo Youtube,

Pelas paisagens digitais,
Pelos canais,
Dos navegadores.

Cujas dores
São traduzidas em Bites,
e Bytes.

E nas Bikes voadoras,
Que cortam milhares
De Sinais.

De trânsito transcendentais
e ET's.
Fenomenais.

Adultos,
Que tentam de tudo,
Para se esconder.

Dos transeuntes
Nas calçadas.
Amarrotadas agora de gente à noite.

Nos guichês.
Para fazer ligações
De celular

Ou viajar pra outros Planetas,
De lambreta atômica
Ou bonde Interestelar.

Ao lugar,
De milhares.
De estrelas cadentes.

Em constelações diferentes.

Das do lado de cá.





ElsonMSilva

NAVIOS NA ESQUINA

Tenho pressa,
Porque a morte me espera,
Com certeza.

Porque o jantar está
à mesa,
E a peixada na travessa.

Porque o vestido,
Azul turquesa que ela pediu
Tá em promoção.

Porque o avião,
Vai partir,
Porque o sinal do celular vai fugir.

Porque o portão do concurso vai fechar.
Porque o perfume vai se acabar,
E o meu salário também.

Porque vou ver o meu bem.
Antes que falte força nos fios,
E se apague a luz da avenida

Antes da despedida,
Antes que a janela se feche,
Antes que ela me deixe.

A ver navios
... na esquina.

ElsonMSilva



https://youtu.be/_oat5dcCbq8

POESIA MODERNA

A poesia moderna não pode ser
Nem curta nem estendida.
Se curta, desaponta,
Se longa, irrita.

Eis o grande desafio
Do novo poeta.
Falar tudo com pouco.
Falar um pouco, de tudo.

Ser sábio,
Calado.
Ser louco,
Mudo.

Ser nada.
E ser mundo.
Abstrato,
Absoluto.

Moderníssimo,
Obsoleto.

Ser Branco,
Índio, Pardo,
Mulato, Negro.

Ser claro,
Obscuro.
Caro, Barato
Maduro.

Usar parábolas,
Metáforas
e hipérboles.

Ser Aquiles e Hércules,
Na Grécia,
Na Indonésia
E no Brasil

E soltar versos pelo mundo,
Como as águas lá do rio.

De Janeiro.

ElsonMSilva


SEGREDOS

A quem me dera,
Estar com ela, agora.
Aquela que tanto amo.
Que foi, é e será,
Sempre a mulher dos meus sonhos.

Contaria pra ela, novos segredos.
Tenho todos contados nos dedos,
E escritos no guardanapo,
Que peguei,
Da mesa do restaurante.

Estou tão distante,
E faz tanto frio lá fora.
A hora, fora de hora.
Não me deixa enviar mensagem.
Pra falar da viagem.

E de outras coisas mais.

Tanto faz.
Não ia resolver, mesmo.
Não faria sentido!

Porque pra contar segredo:
Só a há poucos centímetros do ouvido.

ElsonMSilva.
 

AMIGO ESTRANGEIRO







Já chorei de mais, tentando entender
O que querem dizer,
As nações,
Que dizem,
Buscar a paz.

Talvez não chore mais.
Ou talvez, chore.
Ou ignore, simplesmente.
Por que nas mentes, dos normais,
Não há equação capaz, que a decifre.

A paz mora na igualdade.
Como o bem na bondade.
Como o amor na união.

Enquanto houver barreiras,
Sementes de violência,
Louvor à separação.

Andaremos para trás.
Nos distanciando,
Cada vez mais,
Da condição

De estarmos:

Todos juntos, lado a lado,
Mesmo que não entendamos,
Se quer uma palavra do que é falado.

Sem temor ou incerteza,

Pelo nosso amigo estrangeiro.
Sentado à nossa mesa.


ElsonMSilva






REFLEXÃO

Olhares sobre os muros do mundo,
Que separam as pessoas,
Os governos,
As fardas,
Os sonhos.

Somos,

Talvez, parecidos,
Mas os tijolos de concreto,
Embrutecidos.
Tornaram-nos sérios,
E céticos de mais.

E esquecidos.
E esquisitos.
E alguns: Fatais.

Talvez tanto,
Que já não seja capaz
Se imaginar que temos todos,
Olho, nariz e boca
Iguais.

Mas,
Será tarde demais?
Pra se pensar sobre a herança?
Que vai pra's nossas crianças?
Que nos deixou nossos pais?

Paz?
Ou guerra voraz?

Luz?
Ou escuridão?

União,
Ou separação.

Reflexão.

ElsonMSILVA




terça-feira, 20 de outubro de 2015

AMÉRICA AZUL ANIL

Como passaria,
sem as cercanias da América,
Como passaria,
sem as pastagens,
Dessa terra.

Verde da Amazônia.
Marrom lá do Serrado.
Cinza da Caatinga.

Sem a cantiga

do violeiro,
Cantando à luz
do candeeiro,
Lá na casinha de sapé.

Andar a pé,
Na estrada à noite.
Fujir do açoite
da cascavel.

Encantada, na capoeira,

Comer guizado,
No meio da feira.
Queijo de coalho,
Mel.

Cuscuz com charque,
Na frigideira.
Ovo.

Na feijoada,
Louro.

Olhar pro céu.


No Pantanal:
Peixe.
Espada?
Frito na brasa.

E no belém,
Peixe também,
Na Telha.

Mel de Abelha

América,
Do Sul.
Brasil.

Azul
Anil.






segunda-feira, 19 de outubro de 2015

CIÊNCIA DA PACIÊNCIA


Coisas que acontecem no dia a dia,
Coisas de família,
Coisas do trabalho.
Coisas de vizinho.

Como lixo espalhado no assoalho,
Do corredor social.
Como roupas estendidas no varal,
O dia inteiro.

Como falta de dinheiro,
Notícia velha em jornal
Vendedor de loteria,
Em fila de hospital

O carro na contramão,
Pondo em risco todo mundo.
blitz lá no viaduto
sete horas da manhã.

O furo do pneu,
No meio do anel viário.
Escala fim de semana
No dia do aniversário.

Como o gato pintado,
Mimado do meu vizinho,
Cercando meu passarinho,
Na janela do meu quarto.

Espelho todo trincado,
Barulho de briga ao lado,
Ônibus superlotado
Ar condicionado quebrado.

Coisas da vida,
Que parece incoerência
Mas na verdade é: ciência
Pra gerar a Paciência.


Em cada um de nós.


ElsonMSilva


domingo, 18 de outubro de 2015

CANTO LIBERTÁRIO

Chegará uma hora,
Que o ridículo desistirá,
De ver sangrar pelas veias,
O sangue dos seus próprios filhos.

Que os destemidos,
Não pisarão nas flores,
E nem os lenhadores
Cortarão mais lenha.

Da Amazônia.
Nem da Mata Atlântica.

Que a semântica deixará em paz a rima,
E os poetas rimarão Vidas inteiras.

Que as segundas,
Serão tão bem vindas quanto às sextas feiras.
E que as parteiras,
Voltarão a ter trabalho.

Que a América do Sul,
Deixará de ser um Baralho.
E cantará um canto libertário.
Olhando de novo seu céu Azul.

Sem guerrilhas,
Sem armadilhas,
De crianças brincando nas praças.
E de passarinhos fazendo a folia.


Porque agora:

Só mulheres como que com dores de parto.
E sem dinheiro.

Depois de ter chagado
Tão longe do cativeiro.
Choram seus maridos e filhos que em desespero,
Tentam não voltar mais.

Lutando contra seu inimigo,
Invisível, algoz, fugaz.


Até que nasça um herói.


ElsonMSilva.

O SEGREDO DA ROSA

Qual será essa força
Que pulsa tão forte no peito
Como o desespero,
De quem pede socorro.

Como a força do povo,
Que deseja saída,
A descida do morro,
O escape da ilha.

O pedido da filha,
Quando quer namorar.
O pedido do moço,
Quando quer se casar.

A força da raiz,
Rebentando o chão.
O choro da atriz,
Depois da encenação.

O grito da torcida,
No gol de desempate.
O golpe salva-vida
Na hora do combate


O segredo da rosa
O vigor do botão.
O fogo do corisco
O  zumbir do zangão.

De onde vem então,
Essa força.

Como o coração da moça
Ao ouvir a buzina do trem
Que traz o seu bem.

E mais ninguém.

Como o pouso do avião
No solo da nação,
Na viagem de volta.

Como o abrir da porta.
De quem te ama,
Ao te ver voltar.

De onde será?

Que vem essa força.
Que não me deixa
Baixar a cabeça.

Mesmo que meu Brasil padeça.
Com seus cavaleiros andantes,
Marchando ao contrário.

Que meu canário,
Esteja mudando de cor.
Revoltado com o amarelo da bandeira.
E com o céu furta cor.

Visto nos TELEJORNAIS.


ElsonMSilva








ESPERANÇA

Que corram notícias,
Que arrastam boatos.
Que corram os gatos,
Atrás de linguiça.

E a dona de casa,
Atrás dos descontos.
E os jogadores
Atrás da bola.

E marceneiros
atrás da cola.
E os bailarinos,
Atrás da dança.

E os investidores,
Atrás da Suíça.

E os refugiados,
Atrás da França.
E os cavaleiros,
Atrás da lança.

E a menina atrás da trança.
E a novela atrás da trama.
E o barão,
Atrás da herança.

E dom Quixote
De La Mancha,
Atrás
Da esperança.

Que gira
Sempre pra frente,
Como o ponteiro do relógio,
Que não se cansa.


ElsonMSilva





sábado, 17 de outubro de 2015

AS FACES DA MOEDA

Ser e não ser.
Ter e não ver.
Pensar e não ter.
Subir e descer.

Nascer e morrer.
Crescer e decrescer.
Falar e não dizer.
Dar e não ter.

O fim e o começo.
O todo e o terço.
O dado e o preço.
O lado e o averso.

O forte e o fraco.
O sábio e o tolo.
A falta e o dolo.
A água e o lodo.

São todas faces da mesma moeda.
Que lutam,
Pra ver quem prevalece.

ElsonMSilva






DECLARAÇÃO ALFANUMÉRICA

A
B
C
D   1, 2.

E
F
G
Nós Dois.

H
I
J
K
L
M
N
O
P
QUERER


R
S
T  VER

O que falta mais eu fazer
Pra dizer
Que amo Você?


ElsonMSilva

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

CONVERSA MARCIANA

Torto Vivo
Sabe tudo.
Cabeludo,
Pés descalço.

Embaraço.
Mal ouvido,
Estampido
De estilhaço.

Passo,
Compasso,
Medido.
Comprido demais.

Pega Rapaz,
Som de guitarra,
Nó de amarra,
Cola tenaz.

Pedaços de peça
No tabuleiro Xadrez,
Sua vez.

Ou jogue,
Ou passe.
Ou repasse.

Tentando entender
A conversa em código,
Dos Marcianos.

Que já estão se preocupando,
Com as últimas descobertas.
Dos Terraqueanos .


ElsonMSilva




A ARTE DE FAZER POEMA

A Arte de Fazer Poema

É como jogar dominó.
Aonde as peças têm um tamanho só,
Para serem encaixadas uma a uma,
Num só lugar.

É como tocar um instrumento,
Através de partituras,
Com as pausas, acidentes e curvas
Em sons de notas musicais.

É como os vitrais,
As porcelanas pintadas,
Pedaços de muitas cores
E uma arte formada.

Como Palavras-cruzadas
Como os labirintos
Como os passa-tempos,
Como limite infinito.

É como a peça acabada,
Na mão do destro artesão,
Madeira, lápis, formão,
E uma história contada.

Como trem de engrenagens
de motor:
Várias peças em movimento
Marchando num ritmo só.

Como agulha no palheiro:
Pra achar sem desespero
Pra costurar o vestido.

Que deve sair no estilo,
Pra que quem observar,
Possa, no mínimo, falar:
Nossa: como ficou bonito.

ElsonMSilva


A VIDA É BELA

A vida é bela,
Apesar da guerra,
Apesar da crise.

Apesar da falta d'água,
Apesar de Belize estar sozinha.

Apesar da caminhonete novinha,
Está parada.
Apesar da estrada esburacada.

Apesar do aumento da gasolina.
Do pão francês.
Da mensalidade do curso de inglês.

Do aumento dos absurdos do Planalto.
Arrastando o dólar,
E a inspiração dos meus poemas.

Apesar das emas ter dado cria,
De uma ave só.
Apesar do pó,
Do ruge e do batom terem aumentado.

Apesar do gado: atolado,
Do vagão: lotado,
Do vento: parado.
Do leite fiado.

Apesar do gume afiado da navalha
Na guela:
A vida é bela.

Porque...

Todas as vezes que chego a vejo.
Que me espera,
Com um beijo

Sem dizer nada.

ElsonMSilva



quinta-feira, 15 de outubro de 2015

CONTINENTE DE NÓS

Os vários sóis dos mortais,
Os vários quadros de amores,
Os velhos bons dissabores,
Nas brigas de amor de casais.

Os bons conselhos dos pais,
Os cavaleiros andantes,
O Dom Quixote errante,
As palhas dos coqueirais.

Os que já vieram e se foram,
Os que ainda vão chegar.
Os fios dos telefones,
Todas as ondas do mar.

Todos os barcos de Açores,
Todos os ais do Brasil
Todas as fotos de perfil,
Todos cartões de memória.

Todos os livros de história,
Enciclopédia eletrônica,
Toda cabeça biônica,
Todo perfume francês.

Espero mais uma vez
Reencontrar a saída,
Nos continentes da vida.
Num emaranhado de nós.

Nós quase  ficamos sós.
A procurar a saída,
No emaranhado da vida
Num continente de nós.


ElsonMSilva


MANHÃ EM MARTE

Águas de Marte.
Fantasias à parte,
Não se deixe levar por ilusões.

Enxague seus blusões.
Não esqueça seu par de meias,
Coloridas, por sinal.

E nem seu avental,
Pras noites de lua cheia.
É bom cobrir a muleira,
Pô-la_em banho de sal.

Não leve seu animal.
Lá não cabem companhias.
Somente _um de cada espécie.
Um gibi pra cada dia.

Celular,
tem que escolher.
Analógico ou digital.
Lá não tem caixa postal.
Nem flor vendida em buquê.

Assim,

Quando lembrar,
Manda uma foto pra mim.
Pra eu postar no Instagram,
Pra mostrar,

Que em Marte.
Toda manhã:
Você se lembra de mim.


EsonMSilva

MAR DE ROSAS

Artistas sem instrumentos,
Tambores sem seus sonidos,
Guitarras sem seus gemidos,
De gritos eletrizantes.

Auto falantes sem praças,
Trabalhadores sem massa,
Os gritos auto-sonantes.
Dos grilos sem suas asas.

A comida sem o sal,
O notícia do jornal,
O exemplo natural
Da febre que contamina.

O herói preso na cela,
O fim de longa batalha,
De poder voltar pra casa,
Sem ter medo das crianças.

A justiça da balança
Que tem seu peso fiel.
Uma inscrição de pincel,
Com a cor da temperança.

O que foi feito para plebe.
Não serve pra monarquia.
Ninguém deseje ser cria,
Da conspiração ruidosa,

Que promete um mar de rosas,
E só traz melancolia.

ElsonMSilva





PARDAL ELETRÔNICO

Porque as rosas não falam?
Somente porque são de plástico?
Porque não trocam as suas pilhas,
De chumbo,
E os seus galhos, de elástico?

Porque estamos descalços, Pisando numa tela fria?
Ou quente?
Porque antes da gente,
Ninguém saiu ao trabalho?
E foram jogar baralho, na calçada de Luzia?

Porque Madrinha dizia, pra eu não ir ao cinema,
Quando lá em Ipanema,
Tivesse briga de galo.
Ou fank No Vidigal,
Ou no Vigário Geral?

Nos dias de carnaval, nem nas noites de natal.
Nem ficasse no quintal em noite de lua cheia.
Nunca deitasse na areia; e nem pescasse sereia,
Nunca seguisse baleia.
Andando em alto mar?

Nem matasse andorinha.
Nem chinela avessada,
Nunca a esquecesse virada,
Na sala, quarto
Ou cozinha.

Sempre lembrasse de tia,
Que cuidou da gurizada.
Não subisse em escada
Em laje escorregadia.

Que tinha, que hoje não se tem mais?
Vou nas bancas de jornais,
Vê se encontro stop em gotas.
Armar arapuca na moita,
Pra capturar pardais.

Dos eletrônicos que multam.
E que nem barulho faz.



ElsonMSilva

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

A PROFESSORA

Há quem me dera ver agora,
Os olhos de Dolores, na janela.
Aquelas pálpebras brilhantes,
De donzela,
Com seu olhar distante disfarçado.

Há quem me dera olhar,
Pra praça ao lado, da casa dela.
Onde todas as tulipas, amarelas,
Pareciam imitar a blusa dela,
Com todos aqueles detalhes enfeitados.

A que me dera, ao menos,
Ver os passarinhos,
Que dos seus ninhos, deitados,
Pareciam preguiçosos,
Contemplar, sossegados,
Os cabelos dela.

Que vistos de qualquer janela,
Mas pareciam o emaranhado de fios,
Das bobinas de linho,
De dona Carmesina costureira.

Que nas segundas feiras,
Vendia seus bordados de ouro,
E seus besouros de lata
de óleo vegetal vazia.

Há quem me dera voltar àqueles dias,
Onde os únicos problemas que existiam,
era quem ia chegar primeiro,
Naquele banco da praça,
Para junto com os comparsas,
Inventar brincadeira, só pra ficar olhando pra ela.

Dona Dolores.
Nossa professora.
Que na sala do grupo da roça,
Ensinava as letras e a tabuada.
E na praça,
Nem imaginava:
Pela sua janela aberta,
Como sonhar com as meninas.

ElsonMSilva


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

A CHUVA

O fenômeno natural mais desejado pelos sertanejos
É a chuva.
Vista como uma benção de Deus.
Que nos desígnios Seus,
Decidiu testar continuamente
A fé de todo aquele povo.

A sua incerteza, e irregularidade,
força os moradores das cidades
a aguardar sua chegada.
Como se espera uma Rainha.
Que pode chegar a qualquer dia,
Ou hora,
Em silêncio ou ruidosa.
Enche a terra de alegria.

Para os do campo,
Ela é um acalanto, como o cantar das rolinhas,
que mesmo sozinhas,
Mandam embora o espanto,
E espalham por todo canto,
Ar puro de um novo dia.

O simples pingar,
De vapor simples que seja,
Nos corações já enseja
O vigor para o trabalho.

As vacas mexem os chocalhos,
Os bichos se alvoroçam,
E os que vivem da roça.
Sentem o cheiro da terra,
como um sinal para guerra,
Prontos para a batalha.

Enfrentarão mais uma vez,
Com a mesma disposição,
a árdua e pura missão
de lavrar a terra por fé.

Quem não planta não se arrisca,
quem não arrisca não colhe.
Mesmo que a terra só molhe,
Depois não lhe dê mais nada,
O sertanejo não cansa,
De apostar na sua enxada.

Ganha poucas,
Perde muitas.
Mais espalha do que ajunta.
Mas filho aprendeu de pai,
Neto aprendeu do avô:
Que o que Deus reservou,
Para cada um dos viventes,
Tá por trás da terra quente,
Escondida no Trabalho.

O campo no seu baralho
Nunca escolhe,
Ano nem data marcada.
Pra testar a valentia
Dos que vivem da enxada,
A regra do jogo é fria:
Ou arrisca tudo,
Ou não ganha nada.





terça-feira, 6 de outubro de 2015

O NASCER DO SOL NO SERTÃO

Quem nunca viu não pode imaginar
o que seja contemplar
O nascer do sol no Sertão.

Por trás do imenso paredão
da Serra,
Uma grande bola de fogo aparece,
Aos poucos a terra se aquece,
esquentada pelo seu fulgor.

Poucos minutos depois,
o espetáculo se finda,

Pra ver do Exu a Araripina,
A terra se mostrando aos poucos.
Tem que dormir pouco e acordar cedo.

Pra contemplar o segredo,
Da superfície em brasas.
Quando os sertanejos em casa,
Estão ainda sonhando,
Ele está se assanhando,
Pra começar a jornada.

As nuvens parecem respeitar
A hora do seu despertar.
Porque quase sempre à essa hora,
Elas vão todas embora,
Pra ele poder passar.

E parece que é exigente,
Não quer ver ninguém
na frente,
por isso acho que elas fogem.

E ele, autoridade maior,
Se ergue de um pulo só.
Com suas chamas acesas.
Mostrando sua beleza,
Por um minuto só.

Depois de se levantar.
Quem inventar de olhar,
Cara a cara pra ele,
Vai logo se arrepender.
Ao ver a luz da labareda.

Capaz de queimar as bolas,
E sapecar as sobrancelhas
Do tolo que se arriscar.
E teimar em encarar,
Seu fogo que incendeia.

Assim segue numa boa,
Sem ninguém para interromper,
Sua pisada diária
Com calor de derreter.


ElsonMSilva








segunda-feira, 5 de outubro de 2015

ENTARDECER NO SERTÃO

EXTRAÍDO DO LIVRO: ACADEMIA DOS NOTÁVEIS
CAPÍTULO 1
Pagina 03:


Do lado sertanejo da Serra,
Se estende uma grande planície,
Arenosa, 
Sem nenhuma formação montanhosa,
Pra impedir a passagem,
Das nuvens,
Que nas estiagens,
Passeiam por cima da terra,
Quase secas.

Na verdade,
É uma grande planície,
Que talvez tenha levado milhões de anos,
pra se formar.
Fruto do vento a arrastar,
sem barreira que lhe impeça,
Todo ano a promessa 
De um inverno que traga chuva.

Assim, na Chapada do Araripe, 
Não há árvores de grande porte,
Nem serras de estonteante altura.
De modo que na largura,
Que é a Serra,
Se estende pela terra
Aquela grande planície.
Praticamente sem nada.

É de tal modo Plana, a região,
Que à noite, da pra avistar,
Olhando na escuridão,
As luzes das poucas cidades, 
Não tão distantes,
E das vilas e vilarejos.
Que parecem os lampejos,
Dos vagalumes na noite.

Que iluminam os sonhos,
Das crianças animadas,
Que andavam a pé
Nas estradas,
E ouviam histórias nas praças.

Dos  mais velhos, que cedo da tarde botavam,
As cadeiras nas calçadas,
Para ver o final do dia.
E refrescar a cuca e a memória.
Vendo aquela correria, 
De menino por todo  lado.
E se desse, ouvir o canto.
Da lambu lá no cercado.


ElsonMSilva











sábado, 3 de outubro de 2015

A SERRA DO ARARIPE

LIVRO: ACADEMIA DOS NOTÁVEIS
CAPÍTULO 1
Pagina 02:

Crescemos olhando pra ela.
Um muro azul natural,

Criado por Deus.

Uma muralha de sonhos,
Que lembram os olhos seus.
O que será que há depois dela?
Por quanto tempo pensamos,
Aguardando a nossa hora chegar.

Pra fazer a viagem esperada,
E pegar a estrada,
Subindo por cima dela.
Pra espiar as novas terras,
Que ficam do lado de lá.

Ao longe, olhamos pra ela
serena.
Um muro azul, sem fronteiras,
Que aparece do nada,
E some do outro lado
do mundo.

O seu  olhar de orgulho,
Servindo como barreira,
Pra quem quer que seja,
Imponente, deslumbrante.

Ficamos à sua frente,
Indo pro poente,
Estonteante.
E a encaramos tão forte,
Falam que os que têm mais sorte,
São os que nasceram do outro lado.

É que pegam o sol mais preguiçoso,
Antes do meio dia.
Depois que o mundo alumia,
Com apenas sua luz radiante,
Ele salta a serra, distante
Como que pronto pra guerra,
Sai queimando o horizonte.

Os raios com toda força,
Sai ionizando a terra,
E como numa banguela,
O sol desce em disparada,
Vai varrendo a Chapada,
Com seu calor fumegante,
E o povo ofegante,
Debaixo da suas brasas.

A Serra que nos separa,
Duas histórias,
Duas vidas.
Cada povo que o diga,
conforme suas pegadas.
Seus veios, suas estradas.
Suas covas,
Suas trilhas.

Serra do Araripe:
Aqui começa a história.

ElsonMSilva.








quinta-feira, 1 de outubro de 2015

SERTÃO DO ARARIPE E VALE DO CARIRI

LIVRO: ACADEMIA DOS NOTÁVEIS
CAPÍTULO 1
Pagina 01:

O Sertão do Araripe é uma das regiões mais pobres do Brasil,
Está localizada entre os estados do Ceará, Pernambuco e Piaui.
Tudo que é associado à dificuldades se pode achar por ali.

Se os pais não se mudarem,
Ou os filhos pra estudarem,
forem embora dali.

Viverão como isolados,
Como vivem os exilados,
Num país longe daqui.

O Araripe está fincado,
No lado ocidental
da Serra.
Da Maior que há
na Terra:
Das serras que já se viu.

Pelo menos pra quem nasce,
No sopé do paredão,
É quase uma ilusão
Poder imaginar,
Que possa em outro lugar,
Ter serra maior que aquela.

Incrível é ver que ela,
Desígnio da natureza,
Separa duas belezas,
De impressionante contraste.

Dum lado um sertão seco,
Sofrido com estiagens,
Do outro belas paisagens,
Pertencente ao Ceará.

É o Vale do Cariri,
De exuberante beleza,
De incalculável riqueza,
Terra dos canaviais.

Uma terra
farta
de mananciais,
Por lá chove o ano inteiro,
É lá: Crato e o Juazeiro,
Dois centros comerciais.

Lá tem grandes hospitais,
Fábricas de bebida a brinquedo,
Dizem que até de dinheiro,
Tem máquina escondida lá.

Mas, de pavio de candeeiro,
A esqueiro, enxada e vela,
Tudo tem naquela terra.
Que você imaginar.

Até universidades,
Quem podia imaginar!
As primeiras a chegar,
Foram por lá instaladas.

Do outro lado as enxadas,
levantam o pó da poeira,
Da terra que castigada.
Luta incansada com a seca.

Dos doze meses do ano,
Se três chover: bom de mais,
Se plantar, e se lucrar,
tanto faz como perder.

E três anos sem chover,
virou quase o natural.
No Araripe, o principal:
É plantar pra se comer.

Enriquecer?
Não faz sentido por lá.
Feijão verde com jabá:
É uma festa no Sertão.

Povo de bom coração,
De riqueza diferente,
O sofrimento fez
daquela gente,
Um povo batalhador.

Que se contenta com pouco,
Divide se lucrou muito.
Que se contenta com tudo,
e não se assusta com nada.

Que não tem medo da estrada,
No calor do meio dia,
Nem da fogueira em brasa
Da areia lá da roça,

De onde se tira a mandioca,
Que vai fazer a farinha,
Pra levar pro Juazeiro,
Na serra do piquizeiro

Pra se ganhar o dinheiro
De todos que vão ali.
Dos filhos do Araripe,
Com o povo do Cariri.



ElsonMSilva
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LIVRO EM RIMA

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CADA DIA UM CAPÍTULO.


ATÉ LÁ.