Somente porque são de plástico?
Porque não trocam as suas pilhas,
De chumbo,
E os seus galhos, de elástico?
Porque estamos descalços, Pisando numa tela fria?
Ou quente?
Porque antes da gente,
Ninguém saiu ao trabalho?
E foram jogar baralho, na calçada de Luzia?
Porque Madrinha dizia, pra eu não ir ao cinema,
Quando lá em Ipanema,
Tivesse briga de galo.
Ou fank No Vidigal,
Ou no Vigário Geral?
Nos dias de carnaval, nem nas noites de natal.
Nem ficasse no quintal em noite de lua cheia.
Nunca deitasse na areia; e nem pescasse sereia,
Nunca seguisse baleia.
Andando em alto mar?
Nem matasse andorinha.
Nem chinela avessada,
Nunca a esquecesse virada,
Na sala, quarto
Ou cozinha.
Sempre lembrasse de tia,
Que cuidou da gurizada.
Não subisse em escada
Em laje escorregadia.
Que tinha, que hoje não se tem mais?
Vou nas bancas de jornais,
Vê se encontro stop em gotas.
Armar arapuca na moita,
Pra capturar pardais.
Dos eletrônicos que multam.
E que nem barulho faz.
ElsonMSilva
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