Fincou os pés lá de Minas,
Bem na nascente do rio.
Começou o desafio,
Da viagem desejada.
Já na primeira parada,
Serra do Ramalho, Bahia.
Lagoa seca, esturricada.
Três anos que não chovia.
A terra toda rachada,
Dos anos trazendo a seca.
Lá em Bom Jesus da Lapa,
O pescador lhe dizia.
Ver esse rio tão baixo,
É de me dar agonia,
Ao lembrar dos velhos anos,
Aqui minha rede corria.
O voador procurou,
Um plano pro seu destino.
O melhor que encontrou:
Leito do rio sequinho.
No meio das algarobas,
Rodeado de meninos,
O voador escutou o sonho dos nordestinos:
Quando crescer: voar. Ser igual a passarinho.
O voador quis tocar seus pés nas águas do Rio.
Em Cabrobó encontrou o leito já dividido.
O fato da discussão: ou certo ou sem sentido.
Canais cavados no chão, imensos veios vazios.
Piranhas, em Alagoas.
Descanso, trecho final,
Piaçabuçu, a foz.
Agora é litoral.
E o Voador percebeu.
O São Francisco tá mal.
ElsonMSilva
Nenhum comentário:
Postar um comentário