quinta-feira, 5 de novembro de 2015

VOO NO SÃO FRANCISCO



Fincou os pés lá de Minas,
Bem na nascente do rio.
Começou o desafio, 
Da viagem desejada.

Já na primeira parada,
Serra do Ramalho, Bahia.
Lagoa seca, esturricada.
Três anos que não chovia.

A terra toda rachada, 
Dos anos trazendo a seca.
Lá em Bom Jesus  da Lapa,
O pescador lhe dizia.

Ver esse rio tão baixo,
É de me dar agonia,
Ao lembrar dos velhos anos,
Aqui minha rede corria.

O voador procurou,
Um plano pro seu destino.
O melhor que encontrou:
Leito do rio sequinho.

No meio das algarobas,
Rodeado de meninos,
O voador escutou o sonho dos nordestinos:
Quando crescer: voar. Ser igual a passarinho.

O voador quis tocar seus pés nas águas do Rio.
Em Cabrobó encontrou o leito já dividido.
O fato da discussão: ou certo ou sem sentido.
Canais cavados no chão, imensos veios vazios.

Piranhas, em Alagoas.
Descanso, trecho final,
Piaçabuçu, a foz.  
Agora é litoral.

E o Voador percebeu.
O São Francisco tá mal.




 ElsonMSilva


Nenhum comentário:

Postar um comentário